terça-feira, 14 de julho de 2009

Professor no contexto atual


Após reflexão sobre idéias de importantes teóricos da educação e das vivências que experimento no meu cotidiano, destaco aqui algumas características fundamentais para o professor.

· Valorizar a capacidade de pensar dos alunos: respeito ao aluno e suas vivências, consciência da interação entre educação e vida, interligando o cotidiano do aluno e os conhecimentos ao currículo.
· Compreender como é o que o aluno aprende: capacidade de pesquisa, observação, análise das questões que cercam a aprendizagem do aluno na sua individualidade, no seu contexto.
· Capacidade de conversar e ouvir seus alunos, com orientação para práticas reflexivas, lidando com as diferenças: promovendo o diálogo, a troca de idéias, a valorização e inclusão do cotidiano, dando sentido ao currículo escolar, contextualizando-o com a vida.
· Professor reflexivo- pesquisador: compreende o conhecimento e é capaz de reelaborá-lo para ensinar – que o professor reflita sobre sua prática pedagógica pensando no aluno à partir do histórico deste aluno e não das concepções e pensamentos próprios. Que seja capaz de motivar seu aluno, na sua individualidade, a buscar o conhecimento, reelaborando-o, caso necessário, para tornar mais fácil a sua compreensão.
· Busca da formação continuada ao longo da sua carreira: indispensável para o exercício da ação do professor como estimulador da busca pela construção do conhecimento e mediador deste processo, que reconhece o contexto do mundo e a ligação do cotidiano com a aprendizagem.

Diante da complexidade crescente na sociedade, o desafio da escola, do professor, torna-se maior a cada dia. A necessidade de reflexões constantes, de olhares voltados para o aluno e sua trajetória na construção da aprendizagem, para as relações com o cotidiano, sempre presentes na educação, são práticas cada dia mais imprescindíveis.
Conhecer meus alunos, a maneira como aprendem e expressam, como são estimulados, cada um na sua individualidade, é tarefa que exige dedicação, amor à causa. Não acredito na educação sem envolvimento humano, sem afetividade.
Não só aluno, mas, fundamentalmente, o professor precisa estar estimulado para o ensino aprendizagem. Ter prazer na profissão, gostar de estar com seus alunos, com seus colegas, trocar idéias, estabelecer combinações, traçar metas, aprender com eles...
Desta forma, as características fundamentais do “ser professor” serão conseqüências naturais da prática docente.
Do processo da minha formação fazem parte as palestras, seminários, reuniões, oficinas, trocas com as colegas, a valiosa oportunidade da minha graduação em Artes Visuais e, sem dúvida, a constante e desafiadora aprendizagem que acontece no meu dia a dia, na minha sala de aula e que me impulsiona a buscar crescimento profissional e pessoal.
Desafio, perseverança, prudência, bom senso, determinação, dedicação, interesse, iniciativa, acreditar na Educação.
É assim que penso e acredito na EDUCAÇÂO.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ROSSI, Maria Helena Wagner. Vídeo: Ser professor no contexto atual. Maio de 2009.
NÓVOA, Antonio. Entrevista: O professor pesquisador e reflexivo. Em 13 Set. 2001. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/entrevistas/antonio_novoa.htm Acesso em: 05 de Jul. 2009.

A ESCOLA
Paulo Freire

Escola é...
o lugar onde se faz amigos,
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
Gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
O aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”.
Nada de CONVIVER com as pessoas e depois descobrir
Que não tem amizade a ninguém,
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é CONVIVER, é se “amarrar nela”!
Ora, é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

PORTFÓLIO: Construção do conhecimento


“...Era necessário se encontrar algo que desse conta da aprendizagem e que não fosse uma fotografia, mas que fosse um filme.”

(Miriam Salles. Minha anotações da palestra de Fernando Hernandez –30/10/2006)

Ao longo de nossas vidas, a aprendizagem é constante. Ela acontece, muitas vezes até, instintivamente. O significado e valor dado à aquisição da aprendizagem são determinantes para a nossa formação.

O portfólio é a autobiografia da nossa aprendizagem, que vai sendo construída paralela e simultaneamente com o processo. Não se trata de um registro imóvel e paralisado. É interativo, mutante, progressivo, crítico, reflexivo. Permite a visualização do processo da aprendizagem, os caminhos que percorre, as influências recebidas, as reformulações, dificuldades, interferências externas enfim, é a “transmissão ao vivo” da contínua construção do conhecimento. Possibilita a criatividade, a autonomia do aluno, bem como, a reflexão do professor sobre suas práticas, promovendo o aperfeiçoamento contínuo do ensino. Um caderno, um diário, uma pasta, um blog que proporciona a liberdade e autonomia para a sua construção, organização e formato, ao mesmo tempo em que exige reflexão, pesquisa, discernimento sobre o processo.

É importante ressaltar que o portfólio não é apenas um instrumento de avaliação e sim, “um eixo organizador” (VILLAS BOAS, 2005, p. 291) da aprendizagem.

A utilização do portfólio, requer o estudo e a compreensão desta estratégia pelo corpo docente e discente, bem como, dos pais e responsáveis. Propostas de mudanças geram insegurança, ansiedade, medo, na medida em que provocam transformações e desacomodações de nossas crenças, práticas profissionais e educacionais. No entanto, assim como em todas as áreas da nossa existência, na educação também precisamos ter coragem para descobrir novos caminhos, buscando aperfeiçoamento e qualidade.

Segundo Eisner (1979), citado por Hypolitto (1999, p. 291), “é mais interessante descobrir novos mares, por onde navegar, do que velhos portos onde ancorar...”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. O portfólio no curso de pedagogia: Ampliando o diálogo entre professor e aluno. Campinas, 2005. p. 291-306.

HYPOLLITO, Dinéia. O uso do portfólio, a reflexão e a avaliação. 1999. p. 291-292.

SALLES, Miriam. Minhas anotações da palestra de Fernando Hernandez - 30/10/2006. Disponível em: http://seabrasalles.googlepages.com/palestrafernandohernandez Acesso em 29 Jun. 2009.